sexta-feira, 26 de março de 2010

Traficando Vidas

Não sei nem por onde começar aconteceu tudo muito rápido.
Já era noite e estávamos dormindo, acordei com minha mãe gritando abri os olhos e vi cerca de dois homens com lanternas, sem falar nada me pegaram a força, fui sedado.

Quando o efeito do sedativo passou percebi que estava preso, o lugar era muito apertado eu mal podia me mexer, era impossível ver alguma coisa pois não tinha nenhum foco de luz.

Eu não estava sozinho haviam outros comigo naquele cubículo, muitos se pisoteando a procura de espaço, consigo ouvir claramente o som de um motor e sinto que estamos em movimento.

Apesar de não ter uma noção exata do tempo posso afirmar que no mínimo três dias já se passaram, o calor terrível estamos com fome, sede e alguns morreram desidratados ou sufocados após terem sido pisoteados o cheiro de podre já toma conta do lugar.

Finalmente o veículo parou e os seqüestradores abriram nosso cativeiro, retiraram cerca de dez corpos, jogaram ali mesmo no acostamento para minha surpresa eu era o único sobrevivente.

Mesmo sendo um ser vivo fui tratado e negociado como mercadoria.
Eu gritava, implorava e tentava argumentar mais parecia que não me entendiam. (ou não queriam entender)

Fui vendido a um senhor de cabelos grisalhos e novamente mantido cativo, apesar deste local ser limpo e maior continua tão claustrofóbico quanto o anterior.
A fome e sede são intensas, a fraqueza é tanta que mal consigo me locomover.
Não sei dizer quanto tempo durou essa segunda viagem porque perdi a consciência algumas vezes.

Ao chegar fui levado para uma casa, me deram comida e água.
Toda a família desse senhor ficava em volta me observando como se eu fosse algum tipo de atração bizarra.

Alguns meses se passaram, eles me deram um novo nome. Não entendo porque, mas alguns me chamam de “loro”, hoje minha sina é cantar “atirei o pau no gato” e “parabéns pra você”.

1 comentários:

Ronildson Scarani Sillas Palermo disse...

Nossa, foda. Quando se lê pela primeira vez se entende uma coisa totalmente diferente enquanto não se chega ao final. Idéia muito boa!

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